terça-feira, dezembro 22, 2009

boys don't cry

nunca pensei que fosse me sentir melhor assim, o corpo já não serve, agora o coração está exposto, está ressacado e o sangue seco está manchando a roupa suja. sujas, unhas e boca. procurar em vão a caixa metálica para abrigar aquilo que está precisando de clausura.
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a solidão é pior porque parece a vida normal, na verdade ela é igual, da mesma profundidade que amanhece e anoitece. os mesmo cheiros, mesmas pessoas, mesmos lugares. menos você, menos eu. tudo muda quando é assim. a solidão é tudo igual menos um pedaço, ou dois. depende de quem morreu. você mesmo ou o outro que estava em você. em mim. quem morreu fui eu.
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o que é pior? a pétala que cai, o banho que queima , o cigarro que acaba, a cerveja que congela, o corpo que arde, o sorriso que murcha a vontade que cresce. o que é pior que eu não consigo mais saber, nem sentir. o que é pior do que saber que você não é capaz e agora só se imagina comendo um monte de areia no sol quente.
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quando poder sentir o estômago de novo no lugar, os pêlos do braço arrepiarem, a boca ficar seca, coração e sangue fresco pulsarem, quando. saber se tudo é verdade, se não foi ilusão, montagem, criação, se eu estava lá, se estávamos, se era assim, se é, se existe. se. a melhor coisa do mundo para ser feliz é saúde e memória fraca.
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um pé na bunda do amor.
dei as contas pro desejo e sigo. hic. fujo.

2 Comentários:

Blogger lívia ramos disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

4:19 AM  
Blogger lívia ramos disse...

nunca tinha, de fato, visto teus escritos. gostei muito.
beijos e que os corações se confortem.

4:20 AM  

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