quarta-feira, abril 18, 2007

Sei que ela me ama assim como eu a amo. Sei que a dor dela é amarga e que o compasso de seu coração é frenético, é forte. Mas saber não é sentir. Ontem ela quase amou. E sentiu o vento norte, vento sul, leste, oeste. A dor que ela largou no corredor era tão rubra, que eu tive que cobrir os santos da sala. Tudo que ela toca, faz questão que exista essa cor, essa dor. É que o amar dela é quase um transbordamento sem fim, imensidão de gotas contadas. Inundando. Mal sabem os outros que por lá, tudo seca rápido e que antes de daqui a pouco ela já quer amar de novo, mudar de cor.
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Talvez um dia, não precise mais inundar nada. Talvez um dia suas janelas se abram e ela apague de uma vez por todas o incêndio da porta da frente e encontre a maçaneta,
abrindo possibilidades e fechando feridas. Um dia...
Ela sonha em respirar lá fora. Feita de branco. Eu torço.